Coronavírus: Abe pedirá a todas as escolas no Japão que fechem temporariamente

O pedido do governo visa conter a propagação do novo coronavírus.

O primeiro-ministro Shinzo Abe (PM)

O primeiro-ministro do Japão Shinzo Abe disse nesta quinta-feira (27) que pedirá a todas às escolas no Japão que fechem temporariamente a partir da segunda-feira, 2 de março, até as férias de primavera, como medida para conter a propagação do novo coronavírus.

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Abe fez o anúncio, que abrangeria todas as escolas do primário, ginásio e colegial, assim como escolas especiais no Japão, em uma reunião da força tarefa criada para lidar com o surto do vírus, realizada no escritório do primeiro-ministro em Tóquio.

Creches serão excluídas do pedido de fechamento nacional, de acordo com o Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar.

Abe instruiu o governo a “preparar legislação necessária para reduzir a propagação de infecções e minimizar o impacto sobre as vidas das pessoas, assim como a economia”.

O ministério disse que também pedirá aos operadores de clubes pós-escola para alunos do ensino primário que abram as instalações.

O ano escolar no Japão termina em março e um novo ano acadêmico tipicamente se inicia em abril.

Shinzo Abe disse que a saúde e bem-estar das crianças é sua maior preocupação e que o governo quer eliminar quaisquer grandes riscos de infecção que ambientes escolares podem representar como lugares onde um grande número de estudantes e seus professores regularmente passam muitas horas juntos.

O primeiro-ministro acrescentou que se as escolas decidirem realizar cerimônias de graduação durante o mês de março todos os esforços devem ser feitos para evitar infecções.

Ele também pediu a colaboração de empregadores para garantir que seus funcionários com filhos na escola tirem dias de folga para cuidar de suas crianças. Abe disse que o governo será responsável por qualquer inconveniência que os empregadores podem sofrer como resultado.

O anúncio de Abe ocorreu quando o número de pacientes confirmados com Covid-19 aumentou no Japão, totalizando 914 desde a noite desta quinta-feira, incluindo mais de 700 do Diamond Princess, navio de cruzeiro atingido pelo vírus e que está atracado em Yokohama, na província de Kanagawa.

Na quarta-feira (26), Abe pediu a organizadores de grandes eventos esportivos e culturais agendados para as próximas duas semanas que considerem o cancelamento ou adiamento deles durante o que o governo diz ser um “momento crítico” para o Japão deter um aumento no número de casos do coronavírus, o qual se originou na cidade de Wuhan, província de Hubei, central da China.

O governo também prometeu que as Olimpíadas e Paralimpíadas de Tóquio seguirão em frente como programado.

Pedido abrupto de Abe para fechar escolas em meio ao coronavírus causa confusão

(Publicação em 28 de fevereiro)

O pedido abrupto do primeiro-ministro Shinzo Abe na quinta-feira (27) para que todas as escolas do Japão fossem fechadas a partir da próxima semana até o início de abril em meio a preocupações com a propagação do novo coronavírus causou confusão no país, com burocratas manifestando revolta.

A instrução, que ocorre quando Abe tem sido criticado por uma resposta atrasada para evitar que o vírus se espalhasse no país, é uma inversão de uma política do governo adotada no início desta semana. A medida repentina levou um oficial do ministério da educação a especular que o primeiro-ministro “quis somente mostrar sua liderança, visto que ele foi colocado em uma curva politicamente”.

Em uma reunião de uma força tarefa do governo para combater o vírus, Abe disse que o governo planeja pedir que todas as escolas do primário, ginásio e colegial no Japão fechem a partir de segunda-feira (2) até o fim das férias de primavera até o início de abril, citando “a saúde e segurança das crianças” como maior prioridade.

Mas a política foi aparentemente feita sem coordenação com questões relevantes com o Ministério da Educação, Cultura, Esportes, Ciência e Tecnologia, já que muitos oficiais ficaram surpresos com a notícia.

Um alto oficial do ministério disse, “Não posso acreditar. Não houve consideração pelas pessoas nas escolas”.

“Quem tomará conta dos estudantes do primário mais jovens? Alunos do ginásio não ficariam em casa o dia todo. Então muitas questões surgiriam com um fechamento nacional de escolas que não poderia possivelmente ser uma opção”, disse um outro oficial.

Partidos da oposição foram rápidos em acusar a política de Abe. Tetsuro Fukuyama, secretário-geral do Partido Democrático Constitucional do Japão, disse “Saiu do nada. Estamos preocupados com a confusão entre professores, pais que trabalham e os alunos”.

“A administração de Abe sempre fica atrás nas respostas, deixando o pânico tomar conta”, disse um outro legislador da oposição, acrescentando que o público não sabe como lidar com a mudança política repentina.

A mais recente instrução “não oferece guia em relação a aulas não terminadas ou cerimônias de graduação”, disse o legislador.

O ano escolar do Japão termina em março e um novo acadêmico tipicamente tem início em abril.

Confusão também foi vista em governos locais, com um conselho da educação municipal de Quioto dizendo na quinta-feira que instituições de ensino na cidade vão abrir normalmente na segunda-feira, data que Abe planejou para o início dos fechamentos das escolas.

O conselho da educação disse que decidirá depois o que fazer com as operações na terça-feira (3) em diante.

O prefeito de Chiba, Toshihito Kumagai, também manifestou grande preocupação em um post no Twitter após as notícias sobre o plano, escrevendo que o fechamento geral de escolas “poderia resultar em um colapso da sociedade japonesa”.

Citando que é difícil para os trabalhadores em instituições médicas cuidarem de seus filhos em casa, o prefeito da cidade disse em um tuíte que está considerando permitir que as crianças, principalmente os alunos mais jovens e aqueles com deficiência, que fiquem nas escolas com medidas necessárias contra o coronavírus se seus pais não puderem tomar conta deles em casa.

O desdobramento da situação da infecção pelo vírus no país e no exterior também levou alguns a questionarem a viabilidade do Japão sediar as Olimpíadas e Paralimpíadas neste verão, embora o governo diga que não haverá mudanças nos eventos programados.

Fonte: Mainichi

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Coronavírus se espalha mais rápido fora da China

Publicado em 27 de fevereiro de 2020, em Notícias do Mundo

Enquanto medidas radicais tenham ajudado a reduzir a taxa de transmissão na China, ela está acelerando em outros lugares.

Pessoas de máscara em aeroporto (ilustrativa/PM)

O número de infecções pelo novo coronavírus, o Covid-19, dentro da China – a fonte do surto – foi pela primeira vez ultrapassado por casos novos em outros lugares na quarta-feira (26), com a Itália e Irã emergindo como epicentros da doença que se propaga rapidamente.

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A Ásia reportou centenas de novos casos, o Brasil confirmou a primeira infecção na América Latina e a nova doença também foi detectada pela primeira vez no Paquistão, Suécia, Noruega, Grécia, Romênia e Algéria.

Autoridades da saúde dos EUA, administrando 59 casos até agora – a maioria americanos repatriados do navio de cruzeiro Diamond Princess atracado no Japão – disseram que uma pandemia global é provável.

Mercados de ações em todo o mundo perderam US$3,3 trilhões de valor em 4 dias de negociações, como medido pelo índex de todos os países MSCI.

Acredita-se que o vírus que causa pneumonia tenha se originado em um mercado que vende animais selvagens na cidade central chinesa de Wuhan no fim do ano passado. Cerca de 80 mil pessoas foram infectadas e mais de 2,7 mil morreram, em sua grande maioria na China.

Enquanto medidas radicais tenham ajudado a reduzir a taxa de transmissão na China, ela está acelerando em outros lugares.

A Alemanha, que tem cerca de 20 casos, disse que já é impossível rastrear todas as redes de infecção, e o ministro da saúde Jens Spahn pediu às autoridades regionais, hospitais e empregadores que revisem seus planos relacionados a uma pandemia.

A Organização Mundial da Saúde – OMS disse que a China havia reportado 412 novos casos na terça-feira (25) enquanto houve 459 em 37 outros países.

Entretanto, o chefe da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus alertou diplomatas em Genebra na quarta-feira contra falar de uma pandemia – que a OMS define como a propagação mundial de uma nova doença.

“Usar a palavra pandemia sem cuidado não tem benefício tangível, mas tem sim risco significante em termos de amplificar temor e estigma desnecessário e injustificado, e paralisar sistemas”, disse ele. “Isso também pode sinalizar que não podemos mais conter o vírus, o que não é verdade”.

Com o aumento do pânico, autoridades mexicanas barraram um cruzeiro de atracar em um de seus portos, pelo que a companhia do navio disse ter sido um único caso de influenza comum.

A OMS diz que o surto na China atingiu o pico em 2 de fevereiro, após medidas que incluíram o isolamento da província de Hubei, o epicentro do coronavírus. A organização diz que somente 10 novos casos foram reportados na China na terça-feira fora de Hubei.

Não há vacina conhecida para o vírus. A empresa farmacêutica dos EUA Gilead Sciences disse na quarta-feira (26) que começou estudos de dois estágios para testar seu medicamento antiviral remdesivir em humanos.

Enquanto os casos crescem em outros países, os efeitos em grandes aglomerações aumentaram.

No Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe pediu que eventos esportivos e culturais fossem cancelados ou reduzidos por duas semanas enquanto preocupações crescem para as Olimpíadas de Tóquio.

O primeiro caso de coronavírus na América Latina foi confirmado em um homem de 61 anos de São Paulo, no Brasil, que havia visitado recentemente a Itália, uma nova linha de frente no surto global.

Além do Brasil, italianos ou pessoas que visitaram recentemente a Itália testaram positivo na Algéria, Áustria, Croácia, Grécia, Romênia, Espanha, Suécia e Suíça. A Itália em si reportou mais de 400 casos, centrados nas regiões de Lombardia e Vêneto.

Um hotel em Tenerife, nas Ilhas Canárias da Espanha, foi isolado por casos ligados à Itália.

Na França uma segunda pessoa morreu – um professor que não visitou qualquer país com surto conhecido.

Houve cerca de 50 mortes fora da China, incluindo 12 na Itália e 19 no Irã, de acordo com uma pesquisa da Reuters.

Enquanto o Irã tenha reportado somente 139 casos, epidemiologistas dizem que a taxa de morte de cerca de 2% vista em outros lugares sugere que o verdadeiro número de casos deve ser muitas vezes maior.

Casos ligados ao Irã foram reportados em todo o Oriente Médio. O Iraque impôs proibições de viagens a países afetados e proibiu aglomerações públicas.

Fonte: Asia Nikkei

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